Investidores aguardam mais detalhes sobre alta de juro mais agressiva desde 1994 nos Estados Unidos

Jerome Powell: presidente do Fed (Andrew Harrer/Bloomberg)
Bolsas internacionais apresentam movimentos distintos nesta manhã de quarta-feira, 6. Índices europeus, que fecharam o último pregão antes da recuperação em Nova York, sobem mais de 1%, enquanto os futuros americanos voltam a refletir as preocupações do mercado.
Temores de recessão se tornaram o principal objeto de cautela entre investidores, com juros cada vez mais altos nas principais economias do mundo. Nos Estados Unidos, onde a taxa de referência subiu 1,5 ponto percentual desde março, será divulgada a ata da última decisão de juros do Federal Reserve (Fed) nesta tarde.
O documento previsto para às 15h dará mais detalhes sobre a elevação 0,75 ponto percentual de meados de junho — a mais agressiva desde 1994. O mercado espera que o Fed repita a dose na próxima reunião de 27 de julho.
Juros mais altos e temores de recessão tem provocado uma corrida histórica para o dólar, que sobe contra tudo e contra todos. O Dxy, índice que representa a variação do dólar contra moedas desenvolvidas (e mais negociadas) renovou o maior patamar desde 2002 na véspera.
O Dxy volta a subir nesta manhã, após leve arrefecimento na última tarde. Frente a divisas emergentes, como o real, o dólar chega a subir mais de 1% nesta manhã, indicando mais um pregão no mercado brasileiro. Por aqui, o dólar saltou pouco mais de 12% nos últimos 30 dias, passando de R$ 4,80 para próximo de R$ 5,40.
Desempenho dos indicadores às 7h (de Brasília):
- Dow Jones futuro (Nova York): – 1,13%
- S&P 500 futuro (Nova York): – 1,45%
- Nasdaq futuro (Nova York): – 1,83%
- FTSE 100 (Londres): – 1,85%
- DAX (Frankfurt): – 2,38%
- CAC 40 (Paris): – 2,06%
- Hang Seng (Hong Kong): – 0,62%
- Shangai Composite (Xangai): + 1,10%
Itaúsa compra 10% da CCR
A Andrade Gutierrez desembarcou da CCR (CCRO3) com a venda de toda sua participação de 14,86% na companhia para a Votorantim e Itaúsa (ITSA4), holding do Itaú. O investimento total foi de aproximadamente R$ 4,1 bilhões. A maior fatia ficou com a Itaúsa, que pagou R$ 2,9 bilhões por 10,33% da CCR. A Votorantim, que já detinha cerca de 5,8% do negócio, aumentou sua participação em mais 4,53%.
Com a aquisição relevante no negócio, a Itaúsa passa a ter direito de indicar membros para o Conselho de Administração da CCR e para os Comitês de Assessoramento da empresa. A conclusão do negócio ainda depende de aprovações regulatórias, como a do Cade.
Gafisa: grupamento de ações
A Gafisa (GFSA3) propôs o grupamento de ações na proporção de 9 para 1 como forma de aumentar o valor unitário por ação e reduzir a volatilidade dos papéis. A ação ordinária da companhia fechou o último pregão cotada a R$ 1,07, próxima da marca dos centavos.
Pelo regulamento da B3, a ação não pode ficar cotada abaixo de R$ 1 por 30 pregões consecutivos. A proposta de grupamento será discutida em Assembleia Geral Extraordinária prevista para 26 de julho. As ações da companhia acumulam cerca de 45% de queda no ano e 75% desde o mesmo período do ano passado.
Fonte: Exame