O aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre (RS), só deve ser reaberto em dezembro de 2024, de acordo com a concessionária Fraport, empresa responsável por administrar o local.
O anúncio foi feito após uma vistoria na estrutura. Na manhã desta segunda-feira (3), uma comitiva composta pela CEO da Fraport Brasil, Andreea Pal e pelo ministro de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta, entrou no aeroporto para verificar a situação e contabilizar os estragos.
Durante a visita, ficou programada uma nova vistoria para julho, com objetivo de analisar o impacto da enchente na pista de pousos e decolagens do aeroporto e, por consequência, tratar da recomposição do asfalto.
Segundo o deputado Frederico Antunes (PP-RS), que integrou a coletiva, a Fraport estima um prejuízo de até R$ 300 milhões em consequência da enchente.
No primeiro momento, os esforços estarão concentrados em liberar as pistas e os terminais de embarque. As demais estruturas do aeroporto, como lojas e restaurantes, devem ficar somente para 2025.
A concessionária contratou uma empresa para começar a limpeza do local, já que somente nesta segunda-feira foi notado o recuo das águas.
Histórico
O aeroporto foi fechado no início de maio em razão da pior enchente da história de Porto Alegre. Desde o dia 27, a Base Aérea de Canoas –na região metropolitana de Porto Alegre– passou a operar temporariamente alguns dos voos que teriam o Salgado Filho como origem ou destino.
As operações de embarque e desembarque dos passageiros ocorrem no ParkShopping Canoas. O terminal funciona a partir das 6h e encerra as atividades conforme programação de decolagem do último voo do dia. Os passageiros são deslocados à Base Aérea de Canoas em um ônibus.
Principal terminal do estado, o aeroporto da capital gaúcha recebia mais de 600 mil passageiros por mês e mais de 5.000 voos domésticos e internacionais.
No último sábado (1º), Paulo Pimenta afirmou que o governo avalia a possibilidade de abertura do aeroporto de Torres, no litoral gaúcho, para voos comerciais.
No fim de maio, a Fraport apresentou à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) um pedido de reequilíbrio econômico-financeiro do contrato de concessão. Não há prazo para análise. Se o pedido for aprovado, há três opções: redução do pagamento de outorga feito pela Fraport à União, alongamento do período de contrato ou aumento das tarifas pagas por passageiros e companhias aéreas.