Desvalorização é resultado das políticas monetárias divergentes das duas maiores economias do mundo
O yuan negociado na China continental atingiu o menor nível em seis meses em relação ao dólar, em 7,2483, resultado das políticas monetárias divergentes das duas maiores economias do mundo.
As elevadas taxas de juros dos Estados Unidos e os esforços para estimular a economia interna representam um desafio contínuo para o yuan, apesar do mercado cambial onshore ser negociado dentro de uma faixa fixada pelo banco central da China.
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O yuan onshore enfraqueceu para 7,2483 em relação ao dólar, ultrapassando o nível de 7,2472 estabelecido em 25 de abril e atingindo seu ponto mais baixo desde novembro do ano passado. O Banco do Povo da China (PBoC) baixou a sua taxa de referência para 7,1106 por dólar na manhã de quarta-feira, o seu nível mais baixo desde 23 de janeiro, quando a referência foi fixada em 7,1117, permitindo o enfraquecimento do yuan.
O yuan onshore é mantido dentro de uma faixa de negociação de mais ou menos 2% da taxa de referência.
O yuan offshore, que não é limitado pela faixa de negociação, também caiu para 7,2667 em relação ao dólar na quarta-feira, ponto de maior desvalorização da moeda chinesa desde 29 de abril.
Analistas dizem que a pressão descendente sobre o yuan é impulsionada pela força do dólar, ressaltando as políticas monetárias contrastantes do PBoC e do banco central dos Estados Unidos (Fed). “Há uma divergência entre os preceitos da política monetária nos Estados Unidos e na China”, disse Ray Attrill, chefe de estratégia cambial do National Australia Bank.
O Fed manteve as taxas de juros no seu nível mais elevado em mais de duas décadas, e a inflação persistente deixou os analistas divididos sobre se o banco central irá começar a cortar as taxas até o fim do ano. O presidente do Fed, Jerome Powell, disse em maio que a inflação está caindo mais lentamente do que o esperado.
O PBoC manteve as suas taxas de referência (juros para empréstimos de um e cinco anos) inalteradas em maio. Mas tomou medidas destinadas a atingir a meta de crescimento econômico de 5% para 2024, ao mesmo tempo que luta contra o declínio dos preços da habitação. Em maio, o PBoC baixou as taxas de juros para hipotecas, eliminou o pagamento de entrada para imóveis e criou um esquema de financiamento de 300 bilhões de yuans (US$ 41 bilhões) para encorajar os governos locais a comprar casas não vendidas e alugá-las.
Alguns analistas esperam mais flexibilização este ano, como um corte no depósito compulsório que os bancos comerciais são obrigados a manter custodiados no banco central chinês.
“A menos que os Estados Unidos realmente mostrem uma postura mais propensa a reduzir os juros, a pressão de depreciação do yuan provavelmente persistirá por um tempo”, disse Gary Ng, economista sênior da Natixis.