Os fundos de Private Equity (PE) e Venture Capital (VC) aportaram R$ 29,7 bilhões em empresas brasileiras no terceiro trimestre deste ano, um crescimento de 123,3% em relação a igual período de 2021, segundo pesquisa feita pela KPMG em parceria com a Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (Abvcap). De acordo com a pesquisa, os aportes acumulados neste ano já somam R$ 57,8 bilhões, o maior valor desde que o estudo começou a ser feito, no ano de 2011.

Warburg Pincus Biography Portrait of Piero Minardi, NYC; 1/24/15


O setor financeiro foi o que concentrou o maior número de operações da indústria de PE e VC no terceiro tri deste ano, com 22% do total, seguido por tecnologia e recursos humanos com 17% e 13%, respectivamente. Foram consideradas nesse cálculo apenas as 75 transações que tiveram os valores divulgados. Os investimentos dos fundos de PE, que compram participações em empresas maduras, aumentaram 777% no terceiro tri deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado, somando R$ 19,3 bilhões.


Já os investimentos dos fundos de VC, que compram participações em startups, somaram R$ 10,4 bilhões no terceiro tri deste ano, e embora estejam 6% abaixo dos R$ 11,1 bilhões do terceiro tri do ano passado é o maior valor do ano (ver tabela abaixo). Entre os setores com maior número de empresas investidas por VCs, 26% são de tecnologias ligadas aos setores financeiro e de seguros (fintechs e insurtechs), 16% foram destinados às retailtechs, startups do setor de varejo, e 11% para as healthtechs, companhias do setor de saúde.


“Embora de forma ainda cautelosa e seletiva, já se observa uma tendência de retomada dos investimentos da indústria (de PE e VC)”, destaca o presidente da Abvcap, Piero Minardi. “Esse movimento tem sido alimentado pelo ajuste do preço das empresas, o que cria boas oportunidades, e mostra que continua existindo capital para boas companhias em setores com perspectivas positivas de crescimento”.
Segundo o sócio-líder de Private Equity e Venture Capital da KPMG no Brasil, Roberto Haddad, os valores alocados pela indústria no acumulado do ano, de R$ 57,8 bilhões, aponta para as oportunidades do mercado nacional. “Isso demonstra que, a despeito de qualquer adversidade, o Brasil possui grande potencial e se consolida cada vez mais como destino relevante para investimentos dessa natureza”, diz.

     

Fonte: Investidor Institucional